sexta-feira, 1 de outubro de 2010

UMA CIÊNCIA CHAMADA TANATOLOGIA


Leonardo Pereira Lima

Oliveiros Dias Jr.

Sônia Dutra

Universidade Federal de Santa Catarina[1]

RESUMO

              O presente artigo trata de uma revisão bibliográfica com objetivo de destacar a importância da Tanatologia e esclarecer suas aplicações e benefícios, iniciando com a definição do termo e histórico dessa ciência,  e passando pelos seus campos de estudo. São apresentadas diferentes visões da morte pelo homem e alguns trabalhos publicados. Destaca-se a importância do processo da morte e suas implicações como causa de sintomas como alterações do sistema imunológico e sintomas psíquicos como depressão, insônia, anorexia, aumento no uso de álcool e drogas. Apresenta-se um estudo realizado com rituais de passagem e os benefícios observados pelo mesmo. Os cuidados paliativos – the hospice movement – o conceito dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e sua inserção no sistema de atendimento à saúde. O trabalho destaca a importância da Tanatologia para psicólogos e profissionais envolvidos com a morte, apresentando opções de cursos de formação e especialização na área.


Palavras-chave: Tanatologia. Psicologia da morte. Luto. Cuidados paliativos. Educação para a morte.


INTRODUÇÃO

A morte e o morrer apresentam-se como fenômenos impregnados de valores e significados dependentes do contexto sociocultural e histórico em que se manifestam. Este é o campo de estudo da Tanatologia. Uma ciência que procura estudar a morte e o morrer.  No ocidente, a Tanatologia inicia nos Estados Unidos da América e hoje, no Brasil, existem alguns centros de estudos, vinculados principalmente aos cursos de Psicologia e Medicina no Rio de Janeiro e em São Paulo. Existem motivos históricos para que a morte seja um assunto “tabu” dentro do meio acadêmico, o que dificulta o desenvolvimento da ciência da Tanatologia e a formação de professores, alunos e pesquisadores no assunto. No entanto, com o crescente interesse nas pesquisas sobre a violência, a morte, o morrer e os seus impactos psicológicos e sociais, o campo da Tanatologia começa a receber a devida atenção com a criação de disciplinas nos cursos de graduação e cursos de pós-graduação nas universidades, inclusive com cursos à distância. Normalmente a visão sobre a morte depende de nossa herança cultural e daquilo que lemos em livros, assistimos em filmes no cinema ou em programas da televisão. E, esta visão sobre a morte na verdade depende da própria visão sobre a própria vida e os valores que a guiam. Profissionais da saúde, em contato direto e constante com a morte sentem a necessidade de uma formação e de um apoio para enfrentar os assuntos relacionados à morte e  o morrer dos seus pacientes e a lidar com os parentes daqueles que estão morrendo. Existem pequisas que apontam que o bom funcionamento do sistema imunológico das pessoas que perderam entes queridos, depende de um bom trabalho com a passagem da perda, do luto. Pacientes para os quais não existem mais tratamentos de cura podem ser indicados aos cuidados paliativos, onde terão todos os cuidados para minimizar a dores físicas e psicológicas, e ter a melhor qualidade de vida possível que ainda que lhe restam. Este é o vasto campo da Tanatologia que adentra-se agora.

HISTÓRIA

Os estudos sobre a morte tem como um de seus pioneiros o médico canadense William Osler (1849 - 1919). Pulicando em 1904, A Study of Death, aborda aspectos físicos e psicológicos da morte, com o objetivo de minimizar o sofrimento das pessoas que estão no referido processo (KOVÁCS, 2002, apud COMBINATO; QUEIROZ, 2006).

Logo após a Segunda Guerra Mundial, a tanatologia ganha novo impulso com a publicação do livro The Meaning of Death, de Herman Feifel (1959), já que este buscava uma conscientização sobre a morte num contexto de interdição sobre o tema (KOVÁCS, 2002, apud COMBINATO; QUEIROZ, 2006).

Outra referência histórica importante se deve à Elisabeth Kübler-Ross, uma psiquiatra suíça radicada nos EUA. Publicando em 1969, Sobre a Morte e o Morrer, frutode suas experiências com pacientes terminais. Sua obra é sempre lembrada, principalmente no que se refere à identificação de estágios, pelos quais passam as pessoas no processo de terminalidade: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação.

No Brasil, Combinato e Queiroz (2006) e Kovács (2002), dão destaque a: Wilma Torres, que criou, em 1980, o programa pioneiro de Estudos e Pesquisas em Tanatologia, na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro; os estudos de Maria Helena Pereira Franco, especialista na área e coordenadora do Laboratório dos Estudos sobre o Luto, da PUC-SP e a professora  da USP, Maria Júlia Kovács e o Laboratório de Estudos sobre a Morte – LEM.

A SISTEMATIZAÇÃO DA TANATOLOGIA

A Tanatologia tem áreas de conhecimento e de aplicação, envolvendo cuidados às pessoas que vivem processos de morte, com a perda de pessoas significativas, processos de adoecimento, em decorrência de comportamentos auto-destrutivos, suicídio, ou por causas externas, pela violência presente principalmente nos centros urbanos (KOVÁCS, 2008).

Kovács (2008) aponta dois periódicos como fundamentais para a sistematização da área: Omega Journal of Death and Dying; Death Studies, além, de uma organização, a Association for Death Education (ADEC), fundada nos EUA em 1970, que tem como objetivos: estabelecer redes de interação com profissionais da área; promover encontros, oficinas e material para divulgação; fomentar a educação para a morte e o preparo de profissionais para a atuação na área.

No Brasil, Kovács (2008), indica como fontes de referência, o Laboratório de Estudos sobre o Luto (PUC-SP) e o Laboratório de Estudos sobre a Morte – LEM (Instituto de Psicologia – USP), com objetivos semelhantes aos da ADEC. A história no Brasil ainda tem importantes contribuições como o que ocorreu em 1980, o Seminário A Morte e os Mortos na Sociedade Brasileira, coordenado pelo Prof. José de Souza Martins, do Departamento de Sociologia da USP, que originou a publicação do livro A Morte e os mortos na sociedade brasileira (Martins, 1983).

Kovács (2008) continua citando, além do trabalho realizado por Wilma Torres, citado acima, em 1984, em Minas Gerais, foi realizado o I Congresso Internacional de Tanatologia e Prevenção do Suicídio, sob coordenação de Evaldo D´Assumpção, resultando na publicação Morte, suicídio, uma abordagem multidisciplinar (D´Assumpção et al, 1984).

Na Enfermagem, Kovács (2008) destaca os trabalhos de Magali Roseira Boemer e Elizabeth Ranier Martins do Valle, docentes da Escola de Enfermagem da USP em Ribeirão Preto – SP. Fernandes e Boemer (2005, apud Kovács 2008) trazem importante contribuição para a educação para a morte com o livro O tema da morte em sua dimensão pedagógica.

Em Campinas – SP, Kovács (2008) aponta um trabalho sobre a temática da morte e do suicídio, desenvolvido por Roosevelt Cassorla nas seguintes obras: Da morte: estudos brasileiros (CASSORLA, 1991a) e Do suicídio: estudos brasileiros (CASSORLA, 1991b).

Outro trabalho de relevada importância apontado por Kovács (2008) é realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) que, em 2007, criou o Curso de Tanatologia e Educação para a Morte, coordenado por Franklin Santana Santos, resultando na obra A arte de morrer: visões plurais (INCONTRI; SANTOS, 2007).  Este é um curso pioneiro na FMUSP. Desde 1986, no Instituto de Psicologia da USP, em nível de graduação, a disciplina de Psicologia da Morte.

A IMAGEM QUE TEMOS DA MORTE --  HERANÇA DA NOSSA CULTURA

Ter um pressuposto antropológico é possuir uma imagem do homem herdada de uma cultura, de uma civilização ou de uma religião e acreditar que o homem corresponde a tal representação. Aliás, será de acordo com essa representação que alguém será julgado bom ou malsão e que poderá ser afirmado se o que faz está bem ou mal. É ainda a partir dessa imagem que será dada uma certa educação às crianças. (LELOUP; HENNEZEL, 2005, p. 29).

A imagem que temos da morte depende da visão que temos do homem, do “ser humano”.

Leloup (2005, p.30–32) ressalta quatro tipos de visões de homem: unidimensional, bidimensional, tridimensional e quadridimensional.

O homem unidimensional é somente um corpo, uma matéria. O pensamento é somente produto mais ou menos bem-sucedido do cérebro, visto como uma máquina redutível aos elementos que a compõem. O homem é um composto e como tal tende a se decompor. A psique é uma ilusão compensadora diante da certeza da mortalidade. A inteligência é um jogo de sinapses. Esta visão, corrente ainda hoje para alguns contemporâneos, faz parte de tradições antigas como a dos “atomistas” ou dos “materialistas” da Antiguidade.

Na concepção do homem bidimensional, parte-se da observação do corpo como animado. Tal animação recebe nomes como alma, psique ou informação, é o que dá a vida ao corpo. Retirada a animação, o que resta é um cadáver, um corpo inanimado. Esta visão é compartilhada com antropologias antigas que estabelecem uma nítida separação entre corpo e alma, como Platão e Descartes. Nesta visão, a alma é imortal e é a parte “nobre” do homem e o corpo é desprezado.

Na visão tridimensional do homem, ele é composto por alma (psique), corpo (soma), e também por mente (nous, em grego; mens, em latim). A mente, com a capacidade silenciosa e contemplativa será privilegiada em detrimento da sua dimensão afetiva (psíquica) ou corporal (somática).

A visão quadridimensional do homem não nega nenhum dos elementos das antropologias anteriores citadas, corpo, alma e mente, mas liga-os entre si. Nessa perspectiva, já não se trata de negar nossas dimensões afetivas ou intelectuais, mas de abri-las e descondicioná-las, de cessar de indentificá-las como nossos limites que, evidentemente, são demasiado sensíveis. Esta visão respeita o homem em sua inteireza: corpo, alma e mente. Respeita-o e acompanha-o também em seu “mistério”, na presença de um Sopro silencioso que confere ao homem a sua coerência.

Quanto ao aspecto da visão religiosa perante a morte, esclarece Leloup (2005, p.36):

Algumas pessoas sem religião, sem tradição, têm qualidades humanas tão válidas quanto as que podem ser encontradas nas pessoas que professam determinada religião porque a abordagem da morte continua sendo, apesar de tudo, uma abordagem humana. É a razão pela qual deve-se insistir sobre o fato de que a função das religiões deveria consistir em despertar, em revelar essas qualidades humanas profundas. Assim, a verdadeira questão é a seguinte: ‘Será que somos seres humanos, seres humanos em toda a sua profundidade?’ Não se trata de dar às pessoas e aos acompanhantes uma formação religiosa ou espiritual, mas, simplesmente uma formação humana. A carência maior em certos meios hospitalares não é de espiritualidade, mas apenas de humanidade! Temos de aprender que não estamos em relação com uma doença; e, ainda mais profundamente, com uma pessoa que tem alma, quer acreditemos ou não na sua existência. Devemos somente respeitar essa dimensão do ser humano. Em minha opinião, alguns acompanhamentos são truncados. O drama do homem contemporâneo não é a castração (o recalque) da sexualidade, da criatividade ou da emotividade, mas a da dimensão espiritual do ser humano. Uma vez mais, quer professemos ou não uma religião, a preparação para o acompanhamento das pessoas que se encontram no fim da vida deveria levar em consideração essa dimensão do ser humano. Além de não ficarmos envergonhados por defender tal postura, deveríamos saber que existe aí uma eficácia de outra ordem, ou seja, a eficácia do coração.


A MORTE NA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL

A morte e o morrer fazem parte do processo natural da vida do ser humano, algo natural do ponto de vista biológico. Entretanto, existem aspectos simbólicos, os significados, valores impressos às coisas. O significado da morte varia no decorrer da história nas diferentes culturas.

Na civilização ocidental, no mundo moderno, a morte passou a ser sinônimo de fracasso, impotência e vergonha. Trata-se de vencê-la a qualquer custo, senão, ela é escondida e negada.

Por toda a Idade Média européia, a morte era vista com naturalidade e fazia parte do ambiente doméstico. Combinato e Queiroz (2006), citam o trabalho de Rodrigues (1995) que, analisando esse contexto em que a morte e a vida conviviam no mundo medieval, nas aldeias e cidades. Nestas, geralmente os cemitérios geralmente ocupavam uma posição central, dominada pela Igreja Católica. As pessoas importantes eram enterradas no interior das igrejas, os menos, nos cemitérios e os que não eram considerados dignos, colocados numa vala comum, que permanecia aberta. Ali a população circulava, fazia negócios, namorava, brincava e realizava festas. Os mortos não eram presenças inoportunas. Rodrigues (1995) continua dizendo que,

Com o desenvolvimento do capitalismo, a partir do século XVIII, a preocupação constante foi de isolar, separar e impor um conhecimento especializado e uma disciplina institucional a tipos diferenciados de fenômenos. Excluir os mortos dos vivos, neste contexto, passou a ser um empreendimento fundamental. Uma forte preocupação, em toda época de transição para a modernidade, foi colocar os mortos, juntamente com o lixo, cada vez mais longe do meio urbano e do convívio social.

Combinato e Queiroz (2006) continuam esclarecendo que

Com o desenvolvimento das sociedades industriais e o desenvolvimento técnico e científico da medicina, a partir do séc. XIX, a visão da morte e a interação com o paciente moribundo modificaram-se ainda mais radicalmente. A revolução higienista radicalizou a separação entre vivos e mortos de tal modo que o convívio entre estas duas condições passou a ser visto como uma fonte extremamente importante de perigo, contaminação e doença.

A modernidade também mudou fundamentalmente a maneira de se compreender o ser humano. Agora ele emerge individualizado, pensa e sente a si mesmo como autônomo. Combinato e Queiroz (2006) destacam a importância de lembrar Habermas (1984), que mostra que tal condição é exclusiva da modernidade, não estando presente em qualquer contexto pré-capitalista.
O capitalismo transformou o corpo humano num instrumento de produção. Neste contexto, adoecer significa não produzir, vergonha por inatividade, que deve ser oculta da sociedade. Isso é bem verdadeiro para a classe trabalhadora, onde a interrupção da produtividade constitui uma ameaça à sua subsistência.

Outro fenômeno que veio com o capitalismo e a modernidade foi o deslocamento da morte, do ambiente caseiro para um hospital. É na UTI de um hospital, num ambiente isolado, higiênico, onde profissionais da saúde num contexto altamente sofisticado tecnicamente, que os pacientes se encontram entre a vida e a morte.

Baseada no paradigma do positivismo, a formação e a atuação dos profissionais da saúde voltam-se somente para soluções técnicas, exigindo a atitude de negação da morte. Dá ao profissional a impressão de “poder”, o que ameniza o sentimento de impotência, mas não o anula. Combinato e Queiroz (2006), citando Seligmann-Silva (2003) apontam que

Assim, além de evitar o contato com a morte do outro, o profissional evita o contato com as suas próprias emoções em relação a (sua) morte e o (seu) morrer. A síndrome do esgotamento profissional, ou burn out, é apenas um exemplo a que está sujeito o profissional da saúde que lida com o sofrimento alheio, sem que esteja, muitas vezes, preparado para enfrentar tal situação.

TANATOLOGIA: VIOLÊNCIA, GUERRAS E A MORTE NA TV

[...] observa-se como durante muito tempo as guerras envolviam combates entre as pessoas, sendo que os soldados morriam como heróis ou anônimos, mas tinham tempo para elaborar a morte e realizar os rituais de absolvição e despedida. A guerra do século XX é diferente, o soldado é desconhecido e anônimo. Não morrem apenas os soldados, mas também civis, mulheres e crianças. Muitos não compreendem as razões das guerras. (Áries, 1977 apud Kovács, 2008).

Sobre a guerra do Golfo, Kovács (2008), citando o trabalho de Umberson e Henderson (1992), coloca:

O que observaram foi ambivalência e a negação da morte, como se fosse possível fazer uma guerra sem mortes. A linguagem, as metáforas e os eufemismos usados nas notícias e reportagens sobre esta guerra provocam algumas reflexões. Observa-se negação, distanciamento, mecanismos de desumanização e desensibilização. Não há menção direta da morte, como se ela ocorresse por acidente ou acaso. A ênfase é dada à descrição da destruição de locais e equipamentos. Não se usa a palavra morte e sim destruição ou eliminação. Os prejuízos são justificados como sendo o preço da guerra. [...]  Morriam os ‘culpados’, aqueles a serviço do inimigo. A  alta tecnologia evita mortes, pois são atacados alvos inimigos, não se ‘mata’ pessoas. O público vai sendo preparado para as mortes ‘necessárias’ da guerra [...] visando um objetivo maior. As mortes são causadas pela intransigência dos líderes e não pelos morteiros.

Kovács (2008) observa então um grande paradoxo:

A guerra é promovida, mas se imagina que é possível a troca de morteiros e foguetes, sem que mortes ocorram, por isso são ocultadas quando acontecem. Os morteiros e sua capacidade de destruição são espetaculares, são disparados à noite para não serem vistos pelos envolvidos, mas proporcionam um show para quem assiste pela TV.

E o mesmo é observado em programas infantis, como Kovács (2008) ressalta:

Com o intuito de oferecer diversão, a TV apresenta programas extremamente violentos, mesmo que embalados numa linguagem destinada a crianças. Tome-se como exemplo o desenho Tom e Jerry, no qual os dois personagens ficam se perseguindo, se machucando e se destruindo para na cena seguinte aparecerem lépidos, exagerando a idéia infantil de que a morte é reversível e que atos de violência não têm efeitos duradouros.


A MORTE E O SIGNIFICADO DA VIDA

A morte é certa para todo aquele que vive e sua presença pode trazer significado e profundidade à própria vida. No Ocidente, a maior parte das pessoas recusam a própria idéia da morte e, ainda, não existe uma cultura para conviver com ela e abordá-la com tranqüilidade e consciência no momento de sua chegada. Como dizem Leloup  e Hennezel (2005):

Acordar de manhã lembrando-nos de que o mundo é mortal, como se faz em certos mosteiros, parece ser prática de uma outra época. Da mesma forma, a sabedoria dos budistas, que aceitam a morte como parte integrante da vida parece algo exótico. O mesmo pode se dizer da sabedoria dos índios da América que transportam a morte sobre o ombro esquerdo, à semelhança de uma ave invisível, cônscios de estarem apenas de passagem nesta terra. No entanto, segundo a opinião de todos, essas ‘sabedorias’ não só ajudam a viver mas atribuem à vida seu peso de sentido e seu valor. (p.13)
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O mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer. Tudo é feito para esconder a morte, para incitar-nos a viver sem pensar nela, em termos de um projeto, como se estivéssemos voltados para objetivos a serem alcançados e apoiados em valores de efetividade. Tampouco nos ensina a viver. No máximo a ter êxito na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de ‘fazer’, de ‘ter’ cada vez mais, em uma corrida desenfreada em busca de uma felicidade material a respeito da qual acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde, não ser suficiente para conferir um sentido às nossas existências. É assim que às vezes ouvimos da boca de agonizantes revoltados, amargurados, o derradeiro lamento de terem passado ao lado do essencial. Não é necessário ser particularmente religioso para sentir que não estamos nesta terra para passar nossa vida a produzir e consumir. (p.17)


A CIÊNCIA E A MORTE

O modelo hegemônico da ciência hoje teve origem com Descartes, no séc. XVII, separando mente e corpo e este, entendido como um mecanismo. O método cartesiano levou a fragmentação da realidade, característica do nosso pensamento em geral e das disciplinas acadêmicas modernas, levou à atitude generalizada de reducionismo da ciência.

Anteriormente a Descartes, a medicina preocupava-se com a interação corpo e alma e as pessoas eram tratadas no contexto social e espiritual. Com a divisão entre corpo e mente, além do corpo ser visto como uma máquina, os médicos passaram a se concentrar neste, descuidando dos aspectos psicossociais e culturais da pessoa. Este modelo é referido hoje como modelo Biomédico e, sobre este, Combinato e Queiroz (2006) referem-se à Capra (1982):

O corpo humano é considerado uma máquina que pode ser analisada em termos de suas peças; a doença é vista como um mal funcionamento dos mecanismos biológicos, que são estudados do ponto de vista da biologia celular e molecular; o papel dos médicos é intervir, física ou quimicamente, para consertar o defeito no funcionamento de um específico mecanismo enguiçado [...] Ao concentrar-se em partes cada vez menores do corpo, a medicina moderna perde freqüentemente de vista o paciente como ser humano. (p.116)

Referindo-se à esta medicina, que negligencia os aspectos psicossociais, Combinato e Queiroz (2006) citam Vygotsky (1996), afirmando que a ciência assimilou muito bem o conceito de vida, mas ainda não conseguiu explicar o de morte:

A morte é interpretada somente como uma contraposição contraditória da vida, como a ausência da vida, em suma, como o não-ser. Mas a morte é um fato que tem também seu significado positivo, é um aspecto particular do ser e não só do não-ser; é um certo algo e não o completo nada. (p.265)

Assim, os profissionais da saúde são formados para curar a doença, combater a morte e não para lidar com a pessoa doente, ou que esteja morrendo.
Leloup e Hennezel (2005, p.13) ainda apontam para o relato de várias pessoas vítimas do silêncio sobre a morte, evitando acompanhar os momentos finais de uma pessoa íntima, tendo dificuldades para saber o que fazer para enfrentar a própria angústia, perdendo a oportunidade de compartilhar de algo muito íntimo nos últimos instantes.

Há um movimento de reintrodução do tema da morte na consciência e pensamento das pessoas, em humanizá-la nas instituições e isto já vem ocorrendo há mais de uma dezena de anos. Nessa evolução, os profissionais da saúde encontram-se na linha de frente. Confiamos os moribundos à instituição hospitalar, onde morrem sete em cada dez pessoas e, no entanto,  um hospital não está preparado para acolher ou acompanhar aqueles que ultrapassaram o poder de cura da medicina. Neste meio se forjam questionamentos, onde se expressam a aflição dos profissionais de saúde diante do sofrimento do paciente e da família. São esses profissionais que reivindicam uma formação específica para exercer tarefa tão árdua. Eles mesmos são pessoas e sofrem como todo mundo.

As instituições de saúde, em sua maior parte, são lugares onde se exerce uma competência técnica cada vez mais exigente e performática, mas, nada podem fazer quando são abordadas as questões próprias ao sentido, à vida íntima dos profissionais da saúde e os seus pacientes. Então, há um sentimento disseminado entre os doentes de estarem reduzidos a um “corpo objeto”, entregues à medicina, não sendo reconhecido como pessoas e sim como “o paciente do quarto tal” ou “o paciente terminal da ala tal”, desprovidos de memória, história, sentimentos e medos.


OS TRATAMENTOS PALIATIVOS – THE HOSPICE MOVEMENT

O movimento dos tratamentos paliativos, the hospice movement, lembra que o doente é uma pessoa e o moribundo um ser vivente, o sofrimento é global e integra aspectos físicos, psicoafetivos e espirituais. Neste movimento, são fornecidos tratamentos de apoio, facilitação da visita familiar, amparo aos familiares no acompanhamento.

Combinato e Queiroz (2006) trazem a definição de cuidados paliativos dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de acordo com ela:

O cuidado paliativo é uma abordagem que tem como objetivo melhorar a qualidade de vida de pacientes e familiares no enfrentamento dos problemas relacionados a doenças terminais. Isso é feito através da prevenção e do alívio do sofrimento pelo diagnóstico precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.




Quanto aos objetivos dos cuidados paliativos, de acordo com a OMS:

(1) promover o alívio da dor e outros sintomas de angústia; (2) afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural; (3) não apressar nem postergar a morte; (4) integrar os aspectos espirituais e psicológicos no cuidado do paciente; (5) oferecer um sistema de suporte que ajude o paciente a viver ativamente tanto quanto possível até sua morte; (6) oferecer um sistema de suporte para ajudar no enfrentamento da família durante a doença do paciente e (7) utilizar uma equipe profissional para identificar as necessidades dos pacientes e de suas famílias, incluindo a elaboração do luto, quando indicado.

Então, deve-se ressaltar que os cuidados paliativos constituem uma filosofia de cuidado da pessoa. Para Combinato e Queiroz (2006), esses cuidados, citando Pessini (2004), devem promover:

O bem-estar global e a dignidade do doente crônico e terminal e sua possibilidade de não ser expropriado do momento final de sua vida, mas de viver a própria morte. (p.204)


ESTUDOS SOBRE O LUTO

No trabalho de Kovács (2008), a autora cita alguns estudos realizados sobre o luto, destacando que estes verificam como perdas afetam estruturas de significado na vida, já que o luto é considerado uma profunda transição existencial, sendo causa de sintomas como alterações do sistema imunológico e sintomas psíquicos como depressão, insônia, anorexia, aumento no uso de álcool e drogas. Ela cita alguns modelos de luto mais delicados como o de mulheres que perdem seus filhos e destaca que atualmente devido o prolongamento do tempo da vida mais pais estão enterrando seus filhos adultos. Lembra que existem diferenças de rituais em várias culturas, o que influi diretamente no processo de luto.

Porém, Kovács (2008) alerta que o luto complicado ou patológico suscita controvérsias, sendo que uma cuidadosa avaliação é necessária, em todos os casos e há dificuldades de identificar o que realmente se classifica como tal. A autora cita alguns processos importantes para elaboração do luto, como reconhecer o luto, reagir à separação, recolher e re-vivenciar as experiências com a pessoa perdida, abandonar ou se desligar de relações antigas, reajustar-se a uma nova situação e reinvestir energia em novas relações. Como fatores de complicação a autora coloca a negação e repressão ligadas à perda e à dor, o que pode ser facilitado ou dificultado de acordo com o tipo de cultura. Também aponta que o tipo de morte pode afetar a forma de elaboração do luto e que outra dificuldade apontada é atual desvalorização dos ritos funerários e os lutos não autorizados, como relações não assumidas/adultérios ou abortos em fases iniciais.

APROXIMAÇÃO DA MORTE: CUIDADO A PACIENTES NO FIM DA VIDA

Nos estudos encontrados em tanatologia é unânime a importância e o destaque dado aos momentos finais na vida do paciente. Destacados por Lisboa e Crepaldi (2002), os rituais de despedida abrangem o processo de despedida dos familiares e pacientes em iminência de morte, salientando a importância de se envolver e intervir numa família nos momentos anteriores e posteriores aos rituais, chamando-os de ritos de passagem.

Kovács (2008) observa que o momento da morte é transferido cada vez mais para os hospitais e põe em questionamento qual é o real papel das Unidades de Terapia Intensiva hoje em dia: Salvar vidas ou prolongar mortes? “Vemos na prática médica esta mesma contradição: por um lado, tenta-se prolongar a vida a todo custo e, por outro, há uma busca para mortes com dignidade”. (KOVÁCS, 2008).

Existe hoje uma crescente preocupação com os cuidados a pacientes no fim da vida, observando suas necessidades, a estrutura de atendimento nos hospitais e outros recursos como hospices, unidades de cuidados paliativos e o cuidado domiciliar, além de temas polêmicos como morrer com dignidade, eutanásia, e o suicídio assistido.

Segundo Kovács (2008), em 1995 foi realizado o estudo Study to understand prognosis and preferences for outcomes and risk of treatment (SUPPORT), com o objetivo principal de colher informações sobre pacientes em estágio de terminalidade e seus familiares, observando-se de modo geral um grande sofrimento neste estágio final da vida, físico e emocional. A autora coloca que nestes casos melhores resultados foram obtidos com programas de cuidados paliativos, através de alternativas de tratamento menos agressivo, melhor controle de sintomas, família mais próxima dos pacientes, embora com nível maior de estresse e preocupação, custos menores; menores índices de depressão. Porém ela destaca que “o melhor é sempre perguntar, ao próprio paciente, se suas necessidades foram atendidas e ficar atento a como ele fala de sua própria dor e sofrimento” (KOVÁCS, 2008).

A constatação atual dos efeitos da perda e o luto, aumenta a importância de um processo de despedida adequado, com a finalidade de prevenção dos sintomas causados por esse trauma.

Lisboa e Crepaldi (2002) afirmam que as pessoas que reprimem seus sentimentos de luto, ou que têm tendência à depressão e à ansiedade, podem desenvolver reações agudas em estágios posteriores da vida, devido ao luto não resolvido, destacando que as pessoas enlutadas procuram mais constantemente atendimento médico no primeiro ano seguido à morte de um familiar, pois o sistema imunológico é afetado pelo luto.

A morte é colocada pelas autoras como um momento difícil de ser enfrentado, tanto para a pessoa que está morrendo, quanto para seus familiares e que fatores como nível de aceitação da morte, o padrão de relacionamento existente entre a pessoa que está morrendo e sua família, suas crenças e do tipo de morte podem ser determinantes na forma de como ocorre esse processo.

Em seu trabalho, Lisboa e Crepaldi (2002) apresentam um estudo realizado com pacientes em fase terminal, através de uma orientação psicológica na realização do ritual de despedida desses estes pacientes e seus familiares. Foram relatados benefícios por todos familiares entrevistados, os quais

se manifestaram favoráveis à orientação e realização do ritual de despedida, colocando a sua importância, destacando a diminuição da sensação de impotência e culpa, a oportunidade de aprendizado, o privilégio de participar de um momento especial e bonito. (LISBOA; CREPALDI, 2002).
             
As autoras destacam que o ritual de despedida na iminência da morte parece ter efeitos análogos aos que os autores chamam de rituais de luto, porém apresenta a vantagem de trazer benefícios também para quem está morrendo, sendo que os familiares envolvidos com a pesquisa “relataram terem observado que o paciente parecia mais tranqüilo e sereno, sentindo-se amado.” (LISBOA; CREPALDI, 2002).


EDUCAÇÃO PARA A MORTE – CUIDANDO DE QUEM CUIDA

Pode parecer estranho a princípio, mas é o que constatam os profissionais e pesquisadores da saúde no momento é a necessidade da formação e preparação dos profissionais da saúde para lidar com a morte e o morrer, como apontam Junqueira e Kovács (2008).

Combinato e Queiroz (2006) citando vários estudos, percebem no conjunto que:

Um dos fatores estressantes associados à prática do profissional da saúde é justamente o contato intenso e freqüente com a dor, o sofrimento, a morte e o morrer, principalmente quando o profissional não está preparado para lidar com tais circunstâncias, de natureza penosa, difícil e altamente ansiogênica.  Portanto, o cuidado de quem cuida é fundamental.  A falta deste cuidado é apontada na literatura como o principal fator que leva o profissional da saúde, principalmente o enfermeiro, a desenvolver distúrbios psicoemocionais, tentativas de suicídio, altas taxas de absenteísmo, além da síndrome de burn out. O suicídio entre médicos é superior ao da população e isso pode ser verificado em todo o mundo.


Kovács (2008) aponta que cresce a conscientização dos profissionais da saúde quanto a necessidade de uma maior preparação e aprofundamento através de cursos específicos de Tanatologia, dando exemplo que desde 1986 tem sido oferecida uma disciplina optativa com o título Psicologia da Morte no Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, com os objetivos de sensibilizar o aluno para os sentimentos e reflexões sobre vários pontos como suicídio, aproximação da morte, perda de pessoas da mesma faixa etária por acidentes, entre outras; apresentar abordagens teóricas sobre a questão da morte; propor reflexões sobre a prática vivida, aprendizagem que envolve aspectos cognitivos e afetivos propiciando buscar o sentido individual e o coletivo.

Combinato e Queiroz (2006) sobre a visão sobre o profissional da saúde:

Assim, quando discutimos sobre a dificuldade dos profissionais da saúde em lidar com o paciente terminal em sua integralidade, devemos analisar essa dificuldade no seu processo de construção, na sua historicidade e na sua essência; processo esse que vai além de uma experiência imediata e da história individual desse profissional. O sentido adquirido sobre a morte e a maneira como o profissional da saúde interage com o paciente no processo de terminalidade não é algo natural. Se olharmos isoladamente uma interação, na sua aparência e não na essência, tendemos a classificá-la como natural pelo seu caráter automático e mecânico como acontece. Entretanto Vygotsky (1931/1995) alerta para o problema desse comportamento fossilizado (p.105) e defende a necessidade de analisarmos os fenômenos psicológicos além das características perceptíveis e da experiência imediata. É preciso, portanto, entendermos o sentido e o fazer do profissional a partir do significado de morte atribuído pela cultura, assim, como a influência dessa cultura na sua formação profissional.


Quanto à estrutura de um curso sobre a morte e o morrer, Junqueira e Kovács (2008) apontam que

[...]os objetivos sejam claros, enfatizando uma proposta pedagógica e não psicoterapêutica. Muitos que procuram esses cursos podem estar vivenciando perdas, pensando em suicídio ou apresentando comportamentos autodestrutivos e podem estar buscando psicoterapia. [...] Mudanças são graduais e contínuas e, os cursos podem promover a sensibilização em relação ao tema, levando à reflexão sobre o que está sendo abordado. Reafirma-se que não se pode perder o enfoque pedagógico.


CURSOS EXISTENTES NO BRASIL

Como já citados acima, existem hoje no Brasil, ao menos, um curso bem conhecido e conceituado sobre a Tanatologia, o curso de Tanatologia da FMUSP – Educação para a Morte – Uma Abordagem Plural e Multidisciplinar. Este pode ser presencial ou à distância. Seu conteúdo está no ANEXO A. Maiores informações pelo link:

Existe também na Universidade Federal do Rio de Janeiro, disciplinas oferecidas na graduação pelo Núcleo de Estudos e Pesquisa em Tanatologia e Subjetividade – NEPTS. Conteúdo no ANEXO B.

A BIOÉTICA E OS PROCESSOS DA MORTE E DO MORRER

Como um tema pertinente não tratado neste trabalho, cabe colocar aqui, ao menos, uma indicação sobre a Bioética e os processos da morte e do morrer. Há um artigo muito interessante de Wilma da Costa Torres (2003), A Bioética e a Psicologia da Saúde: Reflexões sobre Questões de Vida e Morte, cujo resumo (abstract) é:

O presente trabalho focaliza os fatores impulsionadores do surgimento da Bioética, destacando: (a) a revolução cientÌfica e tecnológica e (b) a revolução social dos anos 1960. Descreve o desenvolvimento histórico da Bioética desde sua definição inicial como ciência da sobreviência humana até seu estágio atual -- o da Bioética Global, e suas fronteiras com os vários campos do saber. A Psicologia da Saúde integra esse contexto multidisciplinar principalmente por sua reflexão sobre temas desafiadores da Bioética entre os quais são aqui discutidos aqueles decorrentes da medicina intensiva (eutanásia e distanásia) e aqueles derivados da medicina substitutiva (transplantes). Questões básicas como definição de morte, consentimento livre e informado são analisadas como ainda polêmicas e controvertidas. Conclui-se com as indagações sobre as quimeras da ciência para triunfar sobre a doença e os problemas da ordem canibal que se espera diminuam na medida em que as terapêuticas etiológicas e fisiológicas progridam.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ainda hoje o assunto da morte e do morrer é pouco discutido no dia a dia das pessoas, quanto mais no meio acadêmico. Desta forma se faz urgente a discussão de tema tão importante nas ciências, principalmente relacionadas  à saúde, onde médicos e enfermeiros contatam diariamente com a morte e o morrer, assim como seus pacientes e seus familiares. Aqui também observa-se a importância do profissional de psicologia ao lidar com todas as pessoas envolvidas no processo em seus vários estágios, pré, morte e pós-morte, o processo do luto.

Pode-se afirmar que todos, profissionais e familiares serão beneficiados com a implantação de programas de capacitação e cuidado aos profissionais, assim como o estabelecimento de políticas públicas que priorizem os princípios dos cuidados paliativos ao lidar com a morte e o morrer.

Transcender o paradigma positivista mecanicista a partir de uma perspectiva integradora, humanizada, isto é o que está sendo apresentado hoje ao desenvolvimento do saber humano.

Este trabalho aponta  a necessidade do aprofundamento nas pesquisas e no ensino da Tanatologia nos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia, visando a  formação de professores, alunos e pesquisadores. Um saber que permita o diálogo, que integre os vários saberes conquistados pela humanidade. Neste paradigma, as Ciências Humanas têm um papel destacado e, quanto à Psicologia, um grande campo a ser explorado, buscando uma re-significação da morte e do morrer, do luto, da perda e da re-significação da própria vida para muitos.


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[1]              Graduandos do curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

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